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quinta-feira, 21 de março de 2013

Pesquisa aponta grau de insatisfação com transporte coletivo

 

 

Illya Nathasje
Frota insuficiente, ônibus atrasados, quebrados, sujos e desrespeito ao idoso estão entre as principais causas apontadas pelos usuários de transporte coletivo em Imperatriz. O único ponto positivo diz respeito aos motoristas e cobradores, cuja relação com o passageiro é apontada por estes como Boa/ótima, por 30 por cento, e como regular, 38 por cento.
O resultado é consequência da pesquisa encomendada pela Associação Comercial e Industrial de Imperatriz (ACII) e realizada pelo Departamento de Ciências Econômicas da Faculdade de Educação Santa Terezinha (FEST), no dia 14 de março último e publicada em primeira mão por O PROGRESSO.
A pesquisa - a primeira que se tem conhecimento - de opinião pública sobre transportes coletivos urbanos na cidade de Imperatriz visou coletar dados que pudessem expressar o sentimento dos usuários em relação à qualidade do serviço ofertado e não se refere a esta ou aquela empresa, mas sim, como propõe seu título: Pesquisa com usuários de ônibus coletivo na cidade de Imperatriz.
Realizada com 560 usuários em três horários consideráveis, das 7 às 8 horas, de 12 às 13 horas e das 17 às 18 horas, quando há uma maior utilização de ônibus, a pesquisa possui uma margem de erro de 4,22 por cento e de confiança, 95,78 por cento, considerado os 247.553 habitantes da cidade. A amostragem realizada nesse universo colheu os dados entre 63 por cento de usuários que utilizam ônibus todos os dias. Outros 19 por cento utilizam o serviço, no mínimo, três vezes por semana. Essa quantidade de usuários, 82 por cento, demonstra o quanto o ônibus tem vital importância como meio de transporte na vida do imperatrizense.
Até duas horas de atraso
Quando perguntado se as empresas cumprem o horário corretamente, 84 por cento dos entrevistados afirmaram estarem insatisfeitos com a passagem dos ônibus nos horários estipulados. Essa mesma observação serve também para as paradas obrigatórias.
Essas observações, do atraso e da falta de respeito às paradas obrigatórias, são agravadas na medida em que metade, isto é, 42 por cento dos usuários que apontam essas falham, afirma que o atraso médio chega até a uma hora. Outros 20 por cento chegam a acusar atraso nos horários em até duas horas. Para 21 por cento, o atraso é de 30 minutos, para 12 por cento é mais de duas horas e uma minoria, 5 por cento, aponta atrasos de 10 minutos.
Ônibus sujos
Outro fato grave apontado na pesquisa diz respeito à quebra constante de ônibus. 80 por cento dos entrevistados afirmaram que os ônibus apresentam problemas mecânicos com frequência. Outro aspecto repudiado pelos usuários diz respeito à limpeza dos veículos, 95 por cento, de regular, ruim ou péssimo, sendo que a maioria destes, 48 por cento, afirmam estar extremamente insatisfeitos com a limpeza.
Único dado da pesquisa que pode ser apontado como positivo se refere a motoristas e cobradores, apontados como Bom ou Ótimo para 30 por cento dos usuários, enquanto 38 por cento os classificam como Regular. Mesmo assim, 27 por cento dão nota Ruim ou Péssimo.
Falta respeito ao cadeirante e ao idoso
85 por cento dos entrevistados afirmaram que os veículos não são adaptados aos portadores de necessidades especiais, enquanto 15 por cento afirmaram já terem utilizado ônibus que possuem essa adaptação.
Vergonhoso também é o índice apontado pela pesquisa onde 65 por cento dos usuários afirmaram ter sido testemunhas de desrespeito ao idoso.
Tarifa
Um dado curioso da pesquisa é a tarifa. Para a maioria dos entrevistados, 31 por cento, ela é Regular. Três outros índices, Bom, Ruim ou Péssimo, ficaram empatados em 22 por cento e apenas 3 por cento a classificaram como Ótima.
A reportagem procurou entender as respostas para esse quesito e chegou à conclusão que o longo tempo praticado na cobrança da tarifa, desde o final do ano de 2008, pode justificar os números encontrados, o que explica a falta de questionamento ou a acomodação do usuário com relação ao preço da passagem, considerado um dos mais caros do Brasil. Para se ter uma ideia, em Vila Velha (ES), somente agora, neste mês de março, que a tarifa urbana foi aumentada de R$ 2,45 para R$ 2,55 e, mesmo assim, condicionada ao aumento de 20 por cento da frota.
Quantidade de ônibus é insuficiente
Visível nas ruas da cidade é o número de veículos disponibilizados para servir a população de Imperatriz. Muito pouco. 94 por cento da população disse isso quando perguntada se a quantidade de ônibus é suficiente para atender às necessidades dos usuários.
Atraso nos horários prejudica comerciários
De posse da pesquisa, a reportagem esteve no final da tarde de ontem em dois pontos de ônibus, em frente aos Correios e na Praça Brasil. Ouvidos, usuários foram claros em afirmar que o atraso durante o percurso resulta em diversas dificuldades diárias. Uma delas, talvez a maior, é o atraso na entrada ao serviço. Como quase todas as explicações foram praticamente iguais, publicamos esta a seguir.
- Estava difícil explicar ao patrão todo dia que cheguei com atraso. Na verdade, de tanto chegar, passei a ser cobrada e a solução para resolver o problema me prejudicou, mas pelo menos preservei o emprego, destacou Francília dos Santos Moura, moradora da Vila Redenção I, distante não mais que 7 quilômetros da Praça de Fátima.
Refere-se ela à decisão tomada de sair de casa mais cedo para não sofrer mais reclamações no trabalho. "Não sei a que horas o ônibus vai passar e não sei que hora ele chega. Se não quebrar, vai chegar, mas só Deus sabe a hora", disse. - De qualquer forma, é ruim, pois poderia ficar um pouco mais em casa, tomar café com meus filhos, por exemplo, concluiu.
ACII destaca importância da pesquisa
Euclides Viêra, presidente da Associação Comercial, afirmou ser a realização da pesquisa, realizada em parceria da entidade juntamente com a FEST, através do Departamento de Ciências Econômicas, uma contribuição para as autoridades municipais responsáveis pelo setor, aos usuários e à cidade como um todo. - Do trabalhador no comércio ao estudante. Da dona de casa, ao idoso.
Nesse momento em que a cidade questiona o transporte coletivo existente, a pesquisa promove um raio-x do transporte coletivo à disposição da população de Imperatriz com todos os dados estatísticos possíveis.
- É um trabalho criterioso que vai contribuir de maneira científica em busca de soluções para melhorar sua qualidade, afirmou Euclides.

 

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